quinta-feira, 18 de outubro de 2007
A GIGANTE
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No tempo em que a Natura, com o seu poder,
Dava à luz cada dia filhos monstruosos,
Com uma jovem gigante quisera eu viver,
Como aos pés de rainha um gato voluptuoso.
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Quisera ver-lhe o corpo, com a alma aflorir
E liberto crescer nos terríveis jogos;
Ver se o seu peito choca uma chama sombria
Pronta a enevoar-lhe as meninas dos olhos;
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Percorrer-lhe à vontade as magníficas formas;
Rastejar pla encosta dos joelhos enormes
E por vezes, no Verão, quando o mais quente sol
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A deixasse estendida no campo, tranquila,
Adormecer dolente à sombra do seu colo,
Como ao sopé de um monte uma pequena vila.
Charles Baudelaire
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