terça-feira, 22 de abril de 2008


Lisboa, Calçada de S. Francisco


Subindo pelas cinco horas a Calçada de S. Francisco,

em tarde de bruma e versos na Calçada de S. Francisco,

partindo do que não sei na Calçada de S. Francisco,

e sabendo onde não chego na Calçada de S. Francisco,

subindo na tarde deserta a Calçada de S. Francisco,

só eléctricos e pombas na Calçada de S. Francisco,

estranhando o que não estranho na Calçada de S. Francisco,

e pensando no que não penso na Calçada de S. Francisco,

subindo pelas cinco horas a Calçada de S. Francisco,

subindo e ninguém descendo a Calçada de S. Francisco,

sem eventos para as metáforas na Calçada de S. Francisco,

tiro do bolso a própria tarde.

Na Calçada de S. Francisco,

onde a realidade mudou e já nada acontece,

e já não é a Calçada de S. Francisco mas a Rua Ivens

ou outra rua do Chiado sem meditação ou moralidade.



Pedro Mexia



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