segunda-feira, 18 de junho de 2007
domingo, 17 de junho de 2007
sábado, 16 de junho de 2007
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A Angústia
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Nada em ti me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.
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Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
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Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.
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Já farta de existir, com medo de morrer,
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.
Paul Verlaine
sexta-feira, 15 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Aniversários: Fernando Pessoa & Vieira da Silva
terça-feira, 12 de junho de 2007
segunda-feira, 11 de junho de 2007
como os estranhos pássaros nascidos em tua boca
como os rios que te correm entre os olhos
como as esmeraldas que formam as asas dos teus ombros
como os longos ramos da árvore do sono do teu braço
como o grande espaço em que teu corpo repousa
deitado na tua própria mão
como a tua sombra idêntica à nuvem
que se encontra com o mar
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assim é a presença que de ti tenho
nas noites em que o fogo se acende
nas montanhas longínquas e fulgurantes
quando os meus passos me projectam
para os mais elevados cumes solitários
quando o sangue canta
através do aço vibrante do meu corpo
levando-me ao longo do caminho de flores rubras
que tu plantaste
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assim é o desejo de te encontrar
nascida nas minhas mãos
erguida como torre duma catedral perdida
envolta na minha boca
caminhando comigo
pela estrada que nossos pés abrirão triunfantes
domingo, 10 de junho de 2007
a este moto alheio:
Verdes são os campos
de cor do limão:
assi são os olhos
do meu coração.
Voltas
Campo, que te estendes
com verdura bela;
ovelhas que nela
vosso pasto tendes;
d'ervas vos mantendes
que traz o Verão,
e eu das lembranças
do meu coração.
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Gado, que pasceis,
co contentamento,
vosso mantimento
não no entendeis:
isso que comeis
não são ervas, não:
são graças dos olhos
do meu coração.
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Os Lusíadas - digitalizados na BN
sexta-feira, 8 de junho de 2007
quinta-feira, 7 de junho de 2007
7 de Junho: Nascimento de Gauguin
quarta-feira, 6 de junho de 2007
terça-feira, 5 de junho de 2007
HIEMAL
Baladas de uma outra terra, aliadas
Às saudades das fadas, amadas por gnomos idos,
Retinem lívidas ainda aos ouvidos
Dos luares das altas noites aladas...
Pelos canais barcas erradas
Segredam-se rumos descritos...
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E tresloucadas ou casadas com o som das baladas,
As fadas são belas, e as estrelas
São delas... Ei-las alheadas...
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E são fumos os rumos das barcas sonhadas,
Nos canais fatais iguais de erradas,
As barcas parcas das fadas,
Das fadas aladas e hienais
E caladas...
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Todas afastadas, irreais, de baladas...
Ais...
Fernando Pessoa
Paula Rego
segunda-feira, 4 de junho de 2007
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