sexta-feira, 1 de junho de 2007

A Criança e a Lua
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A lua e a criança jogam
um jogo que ninguém vê;
sem olhar veêm-se, falam
uma língua de pura mudez.
O que diozem, ou ocultam,
a contar um, dois, três,
ou três, dois, um
para voltar a contar?
Quem ficou dentro do espelho,
lua, para tudo ver?
A criança está feliz e só:
a lua roça os seus pés
como a neve na madrugada,
.
como o azul do amanhecer;
nas duas faces do mundo
- a que ouve, e a que vê -
cindiu-se o silêncio,
a luz cintila no outro lado
das mãos, que seguem a procurar quem sabe o quê
no instante de ninguèm
que passa onde jamais foi.
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A criança existe e joga
um jogo que ninguém vê.


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