Brilha uma Voz na Noute...
Brilha uma voz na noute
De dentro de Fora ouvi-a...
Ó Universo, eu sou-te...
Oh, o horror da alegria
Deste pavor, do archote
Se apagar, que me guia!
Cinzas de idéia e de nome
Em mim, e a voz:Ó mundo,
Sermente em ti eu sou-me...
Mero eco demim, me inundo
De ondas de negro lume
Em que pra Deus me afundo.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
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