quarta-feira, 18 de março de 2009

Correspondências A natureza é um templo augusto, singular, Que a gente ouve exprimir em língua misteriosa; Um bosque simbolista onde a árvore frondosa Vê passar os mortais, e segue-os com o olhar. Como distintos sons que ao longe vão perder-se, Formando uma só voz, de uma rara unidade, Tem vasta como a noite a claridade, Sons, perfumes e cor logram corresponder-se Há perfumes subtis de carnes virginais, Doces como o oboé, verdes como o alecrim, E outros, de corrupção, ricos e triunfais Como o âmbar e o musgo, o incenso e o benjoim, Entoando o louvor dos arroubos ideais, Com a larga expansão das notas d'um clarim. Charles Baudelaire

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