segunda-feira, 5 de julho de 2010

Bom e Expressivo Acaba mal o teu verso, mas fá-lo com um desígnio: é um mal que não é mal, é lutar contra o bonito. Vai-me a essas rimas que tão bem desfecham e que são o pão de ló dos tolos e torce-lhes o pescoço, tal como o outro pedia se fizesse à eloquência, e se houver um vossa excelência que grite: — Não é poesia!, diz-lhe que não, que não é, que é topada, lixa três, serração, vidro moído, papel que se rasga ou pe- dra que rola na pedra... Mas também da rima «em cheio» poderás tirar partido, que a regra é não haver regra, a não ser a de cada um, com sua rima, seu ritmo, não fazer bom e bonito, mas fazer bom e expressivo... Alexandre O'Neill, in 'De Ombro na Ombreira'

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