Poema de um homem qualquer «0 espaço de infinito que medeia Entre o homem e a ideia, Entre o homem e o acto, Entre o homem e o sonho» (in Liberta em Pedra) E assim tenho passado. Apenas entre. Desconhecido o tempo que é de morte E o Mistério que fui Eu no seu ventre. Entre o Dia dos outros e o meu Dia Se levanta a agonia E canta como um galo, ainda Noite, Anunciador do Mal. Vidente e estridente. De mim, o sonho ausente. Dos outros, o clarim que me asfixia. Mas é na terra de outro Continente Que o aviso dispara a linha fria. E a minha Pátria vem, impaciente, Mascarada de Grécias, de distâncias Remotas como Vénus. Renuncia Ao Presente. O Presente se adia. . . E sempre fica entre. Natércia Freire
terça-feira, 16 de junho de 2009
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