quarta-feira, 3 de junho de 2009

Teus Olhos Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima, silêncio que fala, tempestades sem vento, mar sem ondas, pássaros presos, douradas feras adormecidas, topázios ímpios como a verdade, outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro duma árvore e são pássaros todas as folhas, praia que a manhã encontra constelada de olhos, cesta de frutos de fogo, mentira que alimenta, espelhos deste mundo, portas do além, pulsação tranquila do mar ao meio-dia, universo que estremece, paisagem solitária. Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra" Tradução de Luis Pignatelli

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