Moro em mim? No meu destino, largado partido em mil? Moro aqui? Demoraria sempre aqui, sem me saber - fugindo sempre estaria? Eis um lugar. Degredo (de quê?). Dimensão se perseguindo num sonho? - Sim, que me acordo. Tudo existe circunstante e ninguém para me crer. Sou eu o sonho, momento da ausência alheia (que devasso quase fria). Morte, vida recente, subindo em mim a resina, ungüento de noite, amor. As sombras e seus véus, tantos véus - o mais sucinto preso a meu corpo (aparente?) me divide em dois recintos. Um deles sendo equilíbrio noutro posso me conter. Avanço no sono aberto até a altura do dia, fria, fria, mais fria, minha pele filtra a aurora - neste tempo aquela hora, seu pulso de instante e ocaso. Eis que me encontro. Limite de transparência e contacto entre a luz e meu retrato, na casta parede - a louca? Marulho d'água, caindo dentro de mim, claridade. Graça de mãos mais presentes, que minhas mãos, já vazias de sua forma, na palma. Que gesto extenso as reteve sempre além, configuradas? E este azul, quase em branco se desfazendo (na carne?). Ah! Três retinas cortadas de um prisma, se amanhecidas nestes vidros, na vigília. Ah! Três retinas pousadas em ver, em ver contemplando (ser, será o esquecimento de quanto somos - pensando?). Maria Ângela Alvim
sábado, 27 de junho de 2009
v
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário