quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quando da bela vista e doce riso Quando da bela vista e doce riso, Tomando estão meus olhos mantimento, Tão enlevado sinto o pensamento Que me faz ver na terra o Paraíso. Tanto do bem humano estou diviso, Que qualquer outro bem julgo por vento; Assim que, em caso tal, segundo sento, Assaz de pouco faz quem perde o siso. Em vos louvar, Senhora, não me fundo, Porque quem vossas cousas claro sente, Sentirá que não pode merecê-las. Que de tanta estranheza sois ao mundo, Que não é de estranhar, Dama excelente, Que quem vos fez fizesse Céu e estrelas. Luís Vaz de Camões

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