segunda-feira, 12 de outubro de 2009

À Morte Peço a Paz Farto de Tudo À morte peço a paz farto de tudo, de ver talento a mendigar o pão, e o oco abonitado e farfalhudo, e a pura fé rasgada na traição, e galas de ouro em despejados bustos, e a virgindade à bruta rebentada, e em justa perfeição tratos injustos, e o valor da inépcia valer nada, e autoridade na arte pôr mordaça, e pedantes a engenho dando lei, e a verdade por lorpa como passa, e no cativo bem o mal ser rei. Farto disto, não deixo o meu caminho, pois se eu morrer, é o meu amor sozinho. William Shakespeare, in "Sonetos (66)"

Sem comentários: