sábado, 31 de outubro de 2009

Ó Trevas, que Enlutais a Natureza Ó trevas, que enlutais a Natureza, Longos ciprestes desta selva anosa, Mochos de voz sinistra e lamentosa, Que dissolveis dos fados a incerteza; Manes, surgidos da morada acesa Onde de horror sem fim Plutão se goza, Não aterreis esta alma dolorosa, Que é mais triste que voz minha tristeza. Perdi o galardão da fé mais pura, Esperanças frustrei do amor mais terno, A posse de celeste formosura. Volvei, pois, sombras vãs, ao fogo eterno; E, lamentando a minha desventura, Movereis à piedade o mesmo Inferno. Bocage, in 'Rimas'

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