domingo, 11 de outubro de 2009

Ah, que Olhos Pôs Amor na Minha Cara Ah, que olhos pôs Amor na minha cara mas sem correspondência a fiel vista? Ou se a têm, meu juízo onde é que pára que em tão falsas censuras inda insista? Se é belo o que meus olhos falso adoram que quer dizer o mundo em negação? E se não é, amor mostra se goram seus olhos, menos fiéis que os homens: não, como pode? Como pode, se pranto e espera o afectam, ser fiel no olhar? De erros da minha vista não me espanto, o sol não vê até o céu limpar. Manhoso amor, com choros pões-me cego, mas vendo bem, a tuas faltas chego. William Shakespeare, in "Sonetos (148)"

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