quinta-feira, 22 de outubro de 2009

À Solidão Solidão coroada de rosas, quem pudera aprisionar teu corpo de sol e de harmonia; estar dentro de ti toda esta primavera de sangue, e folhas secas e de melancolia! Que palpitasse, em sonho, teu coração sonoro sobre o meu coração sequioso de ideais; minha palavra fosse uma palavra de ouro de teus inesgotáveis e puros mananciais! Ai! Quem, iluminando a sombra alucinada que de espinhos coroa minha pálida tristeza, pudesse ser teu amor, oh deusa coroada de rosas, solidão, — tu que és mãe da beleza! Juan Ramón Jiménez, in "La Soledad Sonora" Tradução de José Bento

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