segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lassidão Ah, por favor, doçura, doçura, doçura! Acalma esses arroubos febris, minha bela. Mesmo em grandes folguedos, a amante só deve Mostrar o abandono calmo da irmã pura. Sê lânguida, adormece-me com os teus afagos, Iguais aos teus suspiros e ao olhar que embala. O abraço do ciúme, o espasmo impaciente Não valem um só beijo, mesmo quando mente! Mas dizes-me, criança, em teu coração de ouro A paixão mais selvagem toca o seu clarim!... Deixa-a trombetear à vontade, a impostora! Chega essa testa à minha, a mão também, assim, E faz-me juramentos pra amanhã quebrares, Chorando até ser dia, impetuosa amada! Paul Verlaine, in "Melancolia"

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