sábado, 2 de maio de 2009

Do Inquieto Oceano da Multidão Do inquieto oceano da multidão veio a mim uma gota gentilmente suspirando: — Eu te amo, há longo tempo fiz uma extensa caminhada apenas para te olhar, tocar-te, pois não podia morrer sem te olhar uma vez antes, com o meu temor de perder-te depois. — Agora nos encontramos e olhamos, estamos salvos, retorna em paz ao oceano, meu amor, também sou parte do oceano, meu amor, não estamos assim tão separados, olha a imensa curvatura, a coesão de tudo tão perfeito! Quanto a mim e a ti, separa-nos o mar irresistível levando-nos algum tempo afastados, embora não possa afastar-nos sempre: não fiques impaciente — um breve espaço e fica certa de que eu saúdo o ar, a terra e o oceano, todos os dias ao pôr-do-sol por tua amada causa, meu amor. Ó HÍMEN! Ó HIMENEU! O hímen! O himeneu! Por que, me atormentas assim? Por que, me provocas só durante um breve momento? Por que é que não continuas? Por que, perdes logo a força? Será porque, se durasses além do breve momento, logo me matarias com certeza? Walt Whitman, in "Leaves of Grass"

Sem comentários: